Hepatic enzymes and immunoinflammatory response to BIO-C® Temp bioceramic intracanal medication implanted into the subcutaneous tissue of rats

Camila Soares Lopes1, Mateus Machado Delfino1, Mário Tanomaru-Filho1, Estela Sasso-Cerri2, Juliane Maria Guerreiro-Tanomaru1 & Paulo Sérgio Cerri2

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Objetivo do estudo:
Avaliar a biocompatibilidade e hepatotoxicidade de uma nova medicação intracanal, BIO-C® Temp (BIO), comparadas com as da medicação intracanal à base de hidróxido decálcio (Calen; CAL), usado como padrão ouro.
Implicância clínica: A biocompatibilidade de um material significa a capacidade de estar em contato com os tecidos biológicos e não causar danos (e isso muitas vezes está associado a dor pós operatória) e a hepatotoxicidade significa o dano causado pelo material no fígado. Os resultados desse estudo são importantes pois demonstram a biocompatibilidade do BIO-C® Temp e a ausência de hepatotoxicidade do material.

Resultados:

Achados morfológicos, espessura da cápsula e densidade numérica do número de inflamações células.
Aos 7 dias, as cápsulas de todos os grupos continham várias células inflamatórias, principalmente macrófagos e linfócitos, e poucos fibroblastos (Fig. 3A–C). No entanto, diferenças significativas foram observadas entre os grupos (p < 0,0001); os menores valores de células inflamatórias foram obtidos nas cápsulas do Grupo Controle (CG) enquanto os maiores valores foram encontrados em espécimes CAL (Fig. 3A-M). Em BIO e CG, uma redução significativa no número de células inflamatórias foi observada ao longo do tempo (p < 0,0001). Embora o número de células inflamatórias tenha reduzido significativamente em espécimes CAL de 7 a 15 dias (p < 0,0001), nenhuma diferença significativa (p = 0,61) foi detectada entre os períodos de 15 e 30 dias. Aos 60 dias, o número de células inflamatórias em todos os grupos foi menor (p < 0,0001) do que em outros períodos de tempo (Fig. 3M).
FIGURA 3(A–L) Micrografias de luz mostrando a porção mais interna das cápsulas. Células inflamatórias (setas), fibroblastos (Fb), fibras colágenas (CF) e partículas de material (pontas de seta) são vistos nas cápsulas. Aos 15, 30 e 60 dias, as cápsulas do grupo controle apresentam poucas células inflamatórias (setas) e um progressivo aumento de fibroblastos (Fb) e fibras colágenas (CF).BV, vasos sanguíneos; ELE. Barras: 18 μm. (M) O gráfico mostra os valores (expressos como média ± desvio padrão) da densidade numérica de células inflamatórias nas cápsulas.
Em cada período, a comparação entre os grupos é indicada por letras sobrescritas; diferentes letras = diferença significativa. Os números sobrescritos indicam a análise de cada grupo ao longo do tempo; diferentes números = diferença significativa. Teste de Tukey (p ≤ 0,05).
Detecção imuno-histoquímica de IL-6.
De acordo com a Fig. 5M, os valores mais baixos de células imunomarcadas com IL-10 foram encontrados em todos os grupos aos 7 dias. De 7 a 60 dias, a imuno expressão de IL-10 aumentou significativamente em todos os grupos (p < 0,0001). Aos 7 dias, não foi detectada diferença significativa entre os grupos (p > 0,05). Aos 15, 30 e 60 dias, o número de células imunomarcadas com IL-10 foram significativamente menores nos espécimes GC do que nos grupos BIO e CAL (p < 0,0001). No 15º dia, os maiores valores foram encontrados nos espécimes BIO enquanto, aos 30 e 60 dias, os maiores valores foram observados nas amostras CAL (p < 0,0001).
FIGURA 5Micrografias de luz mostrando porções de cápsula de seções submetidas a imuno-histoquímica para detecção de IL-10 (cor marrom/amarelo) e contracorada com hematoxilina. Observado que poucas células imunomarcadas estão presentes nas cápsulas de todos os grupos, principalmente aos 7 dias (A–C). Em todos os grupos, uma imunomarcação evidente está presente nos mastócitos (MC). Setas, células inflamatórias; BV, vasos sanguíneos; partículas materiais, pontas de flechas. Barras: 18 μm. (M) O gráfico mostra os valores (expressos como média ±  desvio padrão) da densidade numérica de células imunomarcadas com IL-10 nas cápsulas. Em cada período, a comparação entre os grupos é indicada por letras sobrescritas; letras diferentes = diferença significativa. Os números sobrescritos indicam a análise de cada grupo ao longo do tempo; números diferentes = diferença significativa. Teste de Tukey (p ≤0,05).
Teor de colágeno birrefringente em cápsulas
A análise quantitativa (Fig. 6G) mostrou que a quantidade de colágeno birrefringente foi semelhante entre os grupos (p ˃ 0,05)em 7 e 15 dias. A quantidade de colágeno birrefringente foi significativamente maior nos espécimes BIO do que nos CAL aos 60 dias (p < 0,0001). A análise também revelou um aumento significativo na quantidade de colágeno no grupo BIO aos 60 dias (p < 0,0001).
FIGURA 6(A-F) (A–F) Micrografias de luz mostrando porções da cápsula de seções submetidas a picrosirius-red e analisados ​​sob iluminação polarizada. Aos 7 dias, finas fibras de colágeno birrefringentes (em vermelho-alaranjado) estão dispersas nas cápsulas. Aos 60 dias, as cápsulas exibem feixes espessos de colágeno birrefringente; observa-se uma acentuada birrefringência nas cápsulas dos grupos BIO (D) e CG (F) em relação ao grupo CAL (E). Barras: 18 μm. (G) O gráfico mostra os valores (expressos como média ± desvio padrão) da quantidade de colágeno birrefringente (em porcentagem) nas cápsulas. Em cada período, a comparação entre os grupos é indicada por letras sobrescritas; letras diferentes= diferença significativa. Os números sobrescritos indicam a análise de cada grupo ao longo do tempo; números diferentes = diferença significativa. Teste deTukey (p ≤ 0,05).
Conclusão: Em todos os períodos, os espécimes BIO exibiram menor número de células inflamatórias e imunoexpressão de IL-6, uma citocina pró-inflamatória, do que amostras CAL. A redução desses parâmetros foi acompanhada por aumento significativo no conteúdo de colágeno e na imunoexpressão de IL-10, uma citocina envolvida na reparação tecidual, ao longo do tempo. Nossas descobertas indicam que o BIO-C® Temp é biocompatível e não teve efeito de hepatotoxicidade.