Comparação entre terços e tempo de intervalo dos espécimes, no intervalo de tempo inicial, mostraram que no terço cervical, SAP (15,5±3,3) apresentou maior valor de BS quando comparado com CFP (8,0±2,1) (p<0,05), entretanto, nos terços médio e apical os diferentes espécimes não mostraram estatisticamente significativa diferença (p>0,05). Após 6 meses, o SAP apresentou maiores valores de BS nas regiões cervical (5,3±3,4), média (2,4±2,1) e terços apicais (1,5±0,8) quando comparados com CFP nos terços (p<0,05) cervical (1,4±0,2), médio (1,0±0,5) e apical (0,5±0,2) terços (p<0,05) dos espécimes (Tabela 1, Figs. 2A–F).
A Tabela 3 apresenta as pontuações obtidas nas imagens SEM, de acordo com estudos anteriores 3,8,10,11,32,34) teste de regressão linear mostrou uma diferença estatística significativa em relação aos intervalos de tempo de avaliação e no intervalo de tempo inicial, predominância de adaptação entre o cimento resinoso e a dentina radicular foi observada tanto para SAP quanto para CFP. Após 6 meses, foi possível observar áreas de desadaptação com lacunas menores que 1 μm para o grupo SAP, enquanto no grupo CFP foi possível observar lacunas, algumas delas maiores de 10 μm (p=0,000).
Na avaliação após 6 meses, foi possível observar significativa má adaptação(seta amarela na Fig. 4C) na interface adesiva entre o pino de fibra de vidro/cimento resinoso e a dentina radicular, apresentando maior percentual de lacunas e espaços vazios, com maior evidência de fraturas e microfraturas para o grupo CFP (Figs. 3E, F e 4C) quando em comparação com o grupo SAP (Figs. 3G, H e 4D).A análise SEM em ampliação de 300 × mostrou uma forma mais uniforme e fina camada de cimento resinoso sobre espécimes restaurados com SAP do que naqueles restaurados com pino de fibra convencional (Figs. 4A–D).
Discussão:
• Raízes restauradas com SAP apresentaram valores de BS (resistência de união) mais altos em comparação com CFP
• Vale ressaltar que a inserção da luva sobre o pino proporciona um sistema homogêneo com maior volume de fibra de vidro, além de possuir módulo de elasticidade semelhante ao da dentina radicular e menor linha de cimentação, conforme observado neste estudo. Segundo Penteado et al. o conteúdo homogêneo de fibra de vidro no grupo SAP permitiu melhor distribuição de forças e tensões ao longo da raiz, ao contrário do que ocorreu com os pinos anatômicos de fibra de vidro.
Conclusões:
Com base nos resultados deste estudo in vitro, o seguinte foi concluído:1. O sistema SAP para o canal radicular mostrou maiores valores de força de ligação push-out comparados com pinos convencionais de fibra de vidro e pode ser recomendado em ambientes clínicos após maiores investigações.2. Melhor adaptação do material restaurador a dentina foi observada no terço cervical com prevalência de falhas adesivas em ambos os grupos de pinos de fibra de vidro.3. Após 6 meses a partir do momento da cimentação, como a interface adesiva foi exposta aos mecanismos de degradação do colágeno, houve uma redução na força de ligação push-out em ambos os grupos de pinos estudados.